tag:blogger.com,1999:blog-37296495590608714602024-03-12T16:17:07.142-07:00Folha - X - Temáticos: Versos compiladosVersos compilados é uma composição de versos extraídos de poemas de vários autores que se encaixem na realização dum poema coerente. Alguns autores não foram consultados para autorizarem a publicação; creio todavia que apoiarão este exercício pois não altero a ideia dos seus originais. É evidente que esta publicação não vai mais longe. Toda e qualquer outra forma de edição procurará a autorização de cada autor. Fernando Oliveirafernando oliveirahttp://www.blogger.com/profile/11528889551883257501noreply@blogger.comBlogger4125tag:blogger.com,1999:blog-3729649559060871460.post-58077149442275409412012-04-05T12:17:00.000-07:002012-04-05T09:54:43.344-07:00Terra mulherDa terra sai um cheiro bom de vida <br />e nossos pés a Ela estão ligados.<br />Deixa que teu cabelo, solto ao vento, (1)<br /><br />Que em mim perdure, o que te morre cedo<br />e que te permaneça o que tenho perdido.<br />Que cresça, se desenvolva um teu sentido (2)<br /><br />Sobre o leito de flores reclinada,<br />Como a lua por noite embalsamada,<br />Entre as nuvens do amor ela dormia! (3)<br /><br />Sonhando um destino de madrepérolas <br />entre verdes prados, cárceres graciosos<br />abraça olímpios regatos, o coração. (4) <br /><br />Então tudo em mim lhe comunica um mundo<br />que estando do lado de cá passa para<br />o centro dela e fica dentro da sua alma. (5)<br /><br />E hoje a terra é livre e fácil como o céu das aves: <br />a estrada branca e menina é uma serpente ondulada <br />e dela nasce a sede da fuga como as águas dum rio. (6)<br /><br />(1)- Ariano Suassuna<br />(2)- Bruna Lombardi<br />(3)- Álvares de Azevedo<br />(4)- Fernando Oliveira<br />(5)- João de Melo<br />(6)- Fernando Namorafernando oliveirahttp://www.blogger.com/profile/11528889551883257501noreply@blogger.com142tag:blogger.com,1999:blog-3729649559060871460.post-70848340639147271442009-03-08T12:56:00.000-07:002009-03-08T15:07:05.100-07:00Os mistérios da noiteComo uma pequena lâmpada subsiste<br />e marcha no vento, nestes dias,<br />na vereda das noites, <br />sob as pálpebras do tempo. (1) <br />Fez-se noite com tal mistério, <br />Tão sem rumor, tão devagar, <br />Que o crepúsculo é como um luar <br />Iluminando um cemitério . . . (2)<br /><br />No pedregal da cripta e sombria<br />noite suburbana,<br />me transformo… (3) <br />Em múmia neotérica que bebe <br />o evo trôpego na folia da veia, <br />e tropeça na sombra dum lampadário. (4) <br /><br />Pressinto a curva oculta do planeta<br />a contraluz das mãos que agito <br />repletas de pó sangrento. (5) <br />Ontem à meia-noite três relógios distintos bateram:<br />primeiro um, depois outro e outro:<br />o eco do primeiro, o eco do segundo, eu sou o eco do terceiro. (6)<br /><br />(1) - António Ramos Rosa<br />(2) - Cecília Meireles<br />(3) - Betânia Lisboa <br />(4) - Fernando Oliveira <br />(5) - Maria Costa<br />(6) - António Maria Lisboafernando oliveirahttp://www.blogger.com/profile/11528889551883257501noreply@blogger.com18tag:blogger.com,1999:blog-3729649559060871460.post-18992329346059757712009-03-06T14:25:00.000-08:002009-03-06T14:26:07.275-08:00Misteriosa raizNão há morte que não dedilhe <br />nesta pedra <br />de seco arbusto (1)<br />As sementes que forjam a vida <br />dum trevo de quatro folhas<br />que expande a casta na terra áspera. (2)<br /><br />É verde esta secura, como é verde<br />a raiz duma planta que secou. (3)<br />Se a terra, às vezes, brota a flor, que não inspira, <br />a teatral camélia, a branca enfastiada. (4)<br /><br />Floriram por engano as rosas bravas <br />No Inverno: veio o vento desfolhá-las... (5)<br />na corrente do riacho <br />vão as folhas secas. (6)<br /><br />(1) - José Emílio-Nelson<br />(2) - Fernando Oliveira <br />(3) - Albano Martins<br />(4) - Gomes Leal<br />(5) - Camilo Pessanha <br />(6) - José Felixfernando oliveirahttp://www.blogger.com/profile/11528889551883257501noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-3729649559060871460.post-77689397767390749382009-02-04T17:55:00.000-08:002009-03-28T12:20:38.634-07:00Muitas mãos e mais dedos- Como se as mãos para melhor se darem fossem senda <br />abríamos nos olhos o lugar onde deixáramos a noite (1) <br />- na ordem luminosa por onde as mãos se fazem <br />inteligência que desliza (2) <br /><br />- Por entre incríveis e encantados freios<br />a mão que escreve<br />ilumina<br />da simples palavra<br />o trabalho obscuro em seu dentro (3) <br />- Os gestos vão bordando na toalha <br />a linha da vida em nossas mãos (4) <br /><br />- Meus dedos<br />agora reparo, porque estou cansado, não chegam para a<br />minha ausência (5) <br />- pois são dedos de mãos presas na árvore da sabedoria,<br />parentes do delírio, dedos órfãos de caligrafia (6) <br /><br />(1)- Alberto Augusto Miranda<br />(2)- Fernando Echevarría<br />(3)- Ana Hatherly)<br />(4)- Joaquim Matos<br />(5)- José António Gonçalves <br />(6)- Fernando Oliveirafernando oliveirahttp://www.blogger.com/profile/11528889551883257501noreply@blogger.com12